O bispo evangélico alemão Heinrich Bedford Strohm, Presidente da Igreja Evangélica Luterana na Alemanha, está causando polêmica ao afirmar que o islamismo deve ser ensinado em escolas. Para ele, essa seria a melhor maneira de evitar que os alunos se tornassem extremistas.
Ele convidou organizações muçulmanas para assumirem a responsabilidade pela educação religiosa islâmica. Com isso, os jovens ficariam livres da “tentação” de se juntar a grupos muçulmanos fundamentalistas.
O bispo diz que os estudantes teriam a oportunidade de “familiarizar-se criticamente com as tradições religiosas”. No entanto, faz a ressalva que as aulas deveriam ser baseadas na Constituição alemã.
“Eu desejo que os muçulmanos na Alemanha tenham uma comunicação clara com o Estado”. Contudo, as universidades públicas deveriam oferecer cursos de teologia islâmica.
“Tolerância, liberdade religiosa e liberdade de consciência devem aplicar-se a todas as confissões. Isso tudo poderia ser melhor implementado quando a religião faz parte da educação pública”, insiste.
A proposta do bispo surge em meio a um acalorado debate sobre o papel do Islã na sociedade alemã. Pois o país está recebendo milhares de refugiados muçulmanos que chegam a cada semana. A estimativa é que já passa de quatro milhões de muçulmanos, cerca de 5% da população. Como resultado, a Alemanha tem a maior comunidade muçulmana na Europa Ocidental depois da França.
Neste momento, sete dos 16 estados alemães já oferecem alguma forma de educação islâmica, oferecidas como opção às aulas de religião católica e evangélica. Em suma, quase dois terços da população alemã acredita que não existe lugar para o Islã em seu território.
