A prefeitura de Nova Olímpia no Mato Grosso, atendeu à pressão da população e removeu uma estátua que há quase três anos ficava na principal entrada da cidade.
Segundo o prefeito Cristóvão Masson, muitos dos moradores, principalmente os religiosos, afirmavam que a escultura seria “a representação do coisa ruim” e por isso pediram a remoção.
A obra foi criada pelo escultor Genival Soares e segundo ele não tinha nenhuma ligação religiosa. O nome da estátua era “A Guardiã”, uma figura mitológica feminina que vigia o cruzamento de vias em volta da praça.
“A retirada aconteceu de forma espontânea e brusca, com a ajuda de um trator. Fiquei indignado”, disse o artista. “Foi um descaso com tudo o que fiz. Se viessem falar comigo, eu aceitaria entrar num consenso e até retirar a escultura de lá.”
O prefeito confessa que não conversou com o artista e que a decisão partiu dele em remover a estátua. “A decisão foi minha. Não conversei com ele [Genivaldo] porque senti que não precisava. Eu que mandei colocar, então depois eu que mandei retirar também”, disse.
O prefeito revela que foi muito pressionado pelos grupos religiosos. “Fui detonado pela população. Tentei contornar a situação e deixei ela lá durante todo esse tempo. Vários segmentos religiosos pediram para que eu retirasse. Eles afirmaram que [a estátua] era do ‘coisa ruim’, que só chamava coisa negativa para a cidade”.
A prefeitura irá colocar um novo monumento no lugar: uma Bíblia de concreto.
Ciente que a obra também irá gerar debates e críticas, o prefeito se adianta: “É um livro de todas as religiões, das melhores e das piores. Vou colocá-la e não pretendo repensar, mesmo que algum grupo não goste”.